Ao menos 15 pessoas ligadas à Universidade Federal da Paraíba (UFPB) compõem a delegação da universidade na 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 30), que está em curso em Belém do Pará, levando ao evento internacional iniciativas que vão de soluções urbanas sustentáveis a debates sobre monitoramento de dados sobre sustentabilidade. A presença envolve docentes de diferentes áreas, pesquisadores associados a projetos de impacto socioambiental e representantes de organizações parceiras.
Um dos eventos de que a universidade participou foi o painel “Do local ao global: Plataforma ODS-PB como ferramenta de governança climática”, ocorrido ontem (12) e organizado pela Fundação de Educação Tecnológica e Cultural da Paraíba (Funetec). Nele, o professor Aléssio Almeida, do Laboratório de Estudos em Modelagem Aplicada (LEMA), apresentou a plataforma ODS-PB, criada por ele. A ODS-PB monitora de forma sistemática os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) nos municípios e Regiões Geoadministrativas (RGAs) paraibanas e é uma iniciativa conjunta entre a UFPB, o Governo do Estado e a Assembleia Legislativa da Paraíba.
“É uma plataforma importante, e não só para o estado da Paraíba, porque ela pode ser usada em qualquer estado do Brasil e do mundo, além de dar caminhos para que gestores municipais e estaduais tenham uma ação mais forte em relação à questão da sustentabilidade“, disse a reitora da UFPB, Terezinha Domiciano, que participou do painel.

A gestora destacou de forma positiva a participação da Universidade na COP: “Há docentes e estudantes aqui. Isso é interessante não só para trazer as boas experiências que desenvolvemos na UFPB, mas também para aprender com as outras experiências compartilhadas aqui”, comentou.
Já o professor Aléssio Almeida avaliou que levar a experiência paraibana à COP30 deixa claro o compromisso do Estado da Paraíba com a sustentabilidade e destaca o trabalho desenvolvido na UFPB, especialmente no Lema.
O docente também enfatizou a importância de representar a UFPB em sessões que discutiram a Plataforma ODS Racial, iniciativa desenvolvida em colaboração com o Ministério da Igualdade Racial, que será lançada em breve – destacando a relevância do trabalho acadêmico na construção de ferramentas públicas baseadas em dados e voltadas para a equidade racial. “Participar de debates internacionais apresentando tanto a Plataforma ODS-PB quanto a Plataforma ODS Racial reforça o papel da UFPB como produtora de conhecimento aplicado, capaz de orientar políticas públicas e inspirar outros territórios do país”, afirmou.
Outro professor da UFPB que participa das atividades da COP 30 é Joácio de Araújo Morais, coordenador do Laboratório de Pesquisa em Sistemas Ambientais Urbanos (LPSAU), que apresentou o trabalho “TEwetland: tratamento de esgoto com soluções baseadas na natureza e baixo custo”. A solução de tratamento de esgoto domiciliar de baixo custo, que já foi patenteada e atualmente é comercializada, foi fruto de pesquisas lideradas pela professora Cristina Crispim, com colaboração de Gheizon Raunny, Kaio Freitas e do próprio docente. “O nosso sistema é mais barato do que os sistemas atuais e com eficiência bem maior”, diz o pesquisador.
Dentre outros docentes da UFPB, também participam da COP 30 Cláudia de Oliveira Cunha (CCEN), que marca presença em espaços como a Green Zone, a Casa da Ciência e a Cúpula dos Povos, contribuindo com discussões sobre meio ambiente e sustentabilidade; e Sandra Raquew dos Santos Azevêdo (CCTA), que participa de debates sobre educomunicação, desinformação climática e integridade da informação.






